VÍDEO: Dono de bar é denunciado por homofobia após expulsar casal de mulheres por beijo, no Ceará
14/12/2025
(Foto: Reprodução) Vídeo mostra casal de mulheres sendo expulso de boteco após beijo, no Ceará
Um casal de mulheres relatou ter sido expulso de um bar no município de Missão Velha, no Cariri cearense, após uma troca de beijo. O caso aconteceu na última quarta-feira (10) e um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado.
Um vídeo mostra o momento em que o dono do estabelecimento pede para que as clientes paguem a conta e se retirem. "Aqui no meu estabelecimento eu não aceito", declarou.
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Após serem solicitadas a se retirar, uma das vítimas passou a gravar a situação. No vídeo, ela questiona: “O senhor viu alguma coisa demais?”. O homem responde: “Vi”. Em seguida, ela pergunta o que teria sido visto. “Se beijando”, diz ele. A vítima insiste: “Isso é coisa demais?”. O proprietário então afirma: “Para mim, aqui no meu estabelecimento, é”.
A Polícia Civil informou que está apurando uma denúncia de conduta homofóbica. Já a equipe do boteco afirmou que a abordagem ao casal ocorreu após “comportamentos inadequados que infringiram as normas de convivência do estabelecimento”.
Caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
Reprodução
Entenda o caso
Uma das vítimas, que pediu para não ter a identidade revelada, afirmou que, após uma “troca de afeto”, o proprietário do estabelecimento se aproximou da mesa, entregou a conta e disse que não aceitava aquele tipo de situação no local.
“Foi realmente uma coisa na qual todo casal faz, que é uma troca de afeto, né? Uma troca de cuidado, de amor, porque foi só isso que aconteceu”, disse.
Segundo ela, o local estava praticamente vazio no momento do ocorrido. Além do casal, estariam presentes apenas o dono do bar, dois funcionários e um casal heterossexual.
Ao questionar seus direitos, a vítima afirma que o tom da conversa mudou. “A pessoa já se revoltou, já foi levantando o tom de voz, ficando mais agressiva, e eu me mantive calma, porque eu não poderia perder a minha razão numa situação dessa”, disse.
O episódio, segundo ela, causou forte impacto emocional, principalmente na companheira. “Foi a primeira vez que a pessoa estava vivendo aquela situação. Depois, teve pesadelos, teve um momento de choque, ficou um pouco de trauma também”, afirmou.
Apesar do constrangimento, a vítima afirma que decidiu reagir e tornar o caso público. “Eu realmente fui gravar porque a única coisa que passou pela minha cabeça foi: eu vou lutar pelo meu direito, eu vou lutar pelo nosso direito, porque quando eu luto por mim, eu luto por todos”, declarou.
O que diz o boteco
Em nota, a direção do estabelecimento negou que o episódio tenha sido motivado por homofobia. Segundo o comunicado, o local afirma ter um “compromisso inegociável com a diversidade” e repudia qualquer forma de discriminação.
Ainda de acordo com o texto, a intervenção não teria relação com a orientação sexual das clientes, mas sim com “comportamentos inadequados que infringiram as normas de convivência do estabelecimento”. O texto afirma que a medida foi adotada para preservar a ordem e o ambiente familiar do local.
O estabelecimento também alega que vídeos divulgados nas redes sociais estariam “editados e descontextualizados”. A direção informou ainda que reúne imagens de câmeras de segurança e depoimentos de testemunhas para apresentar à Justiça.
"O que aconteceu foi que elas realmente estavam se acariciando acima da medida. Temos vídeos, temos fotos. Diferente dela, não quisemos expor", informou Priscyla Cruz, uma das responsáveis pelo estabelecimento.
Por fim, o proprietário declarou que pretende adotar medidas judiciais nas esferas cível e criminal para defender a honra e a imagem do bar.
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