Profissionais de saúde em MG aprendem a identificar sinais de violência contra a mulher
01/12/2025
(Foto: Reprodução) Ministério Público de Minas cria programa para apoiar mulheres vítimas de violência
Em Minas Gerais, o Ministério Público criou um programa inovador para apoiar mulheres vítimas de violência.
A advogada Verônica Suriami ainda carrega as marcas da violência que sofreu do ex-companheiro: 19 facadas.
“Ele sai correndo atrás de mim. Eu corro pela rua até ele me alcançar e me esfaquear. Eu achei que eu ia morrer, sim. Alguns momentos eu perdi a consciência”, conta Verônica.
O agressor está preso e Verônica refez a vida. Mas para muitas mulheres o desfecho foi outro. Muitas vezes, quando uma mulher vem sofrendo violência doméstica, segundo os especialistas, ela costuma dar sinais que nem sempre são visíveis. Pensando nisso, o Ministério Público de Minas Gerais está capacitando profissionais de saúde. Geralmente, as unidades de saúde são os primeiros lugares que as vítimas procuram.
“Se houver esse atendimento precoce dessa mulher, essa escuta, esse acolhimento e o direcionamento dela para a rede de proteção, ela vai ser melhor acolhida”, afirma Giovanna Carone, promotora de Justiça, coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do MPMG.
Por isso, os profissionais que atuam em hospitais, postos de saúde, laboratórios e farmácias estão sendo treinados.
“O primeiro foco é que a equipe hospitalar esteja apta a identificar uma vítima de violência com as queixas que ela traz. E, identificado, que aquela informação circule com segurança e efetividade. A primeira palavra de ordem é acolhimento, orientação e depois um encaminhamento”, diz Denise Guerzoni, promotora de Justiça, coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Violência contra a Mulher / MPMG.
Em três meses, mais de mil profissionais já foram capacitados em Minas Gerais. Setenta são de um hospital de BH referência no atendimento à saúde da mulher.
“O que mais nos chama atenção é a sensibilidade do profissional para ter esse olhar atento e acolhedor, para identificar possíveis situações. A gente consegue estabelecer fluxos dentro da instituição que deixam essa mulher mais segura, e os encaminhamentos sempre prezando pelo sigilo dessa informação”, diz Thais Bebiana, gerente de internação do Hospital da Baleia.
A Aline Rocha é enfermeira no hospital há quatro anos e acha que agora vai ficar mais fácil ajudar as mulheres que estão sofrendo violência:
“Mudou bastante o nosso ponto de vista com relação aos pacientes, para poder identificar e também agir de forma correta o mais rápido possível”.
Ministério Público de Minas cria programa para apoiar mulheres vítimas de violência
Reprodução/TV Globo
