Prisão de brasileira nos EUA chama a atenção pelo vínculo com autoridade do governo de Donald Trump
01/12/2025
(Foto: Reprodução) Brasileira que pode ser deportada dos Estados Unidos tem relação com funcionária do governo Trump
A deportação de imigrantes é uma das principais bandeiras de Donald Trump. E a prisão de uma mãe brasileira, há quase 20 dias, chamou a atenção pelo vínculo com uma autoridade do governo americano. Veja a reportagem completa no vídeo acima.
Prisão em Massachusetts
Bruna Caroline Ferreira, brasileira de 33 anos, está detida há quase 20 dias nos Estados Unidos. Ela foi abordada por agentes à paisana no estacionamento de um prédio, quando saía para buscar o filho na escola.
“Todos usavam máscaras. Nenhum deles estava com uniforme ou em viaturas policiais... Parecia que ela estava sendo sequestrada", conta o advogado de Bruna, Todd Pomerleau.
Bruna nasceu em São Paulo e em 1998, quando tinha seis anos, se mudou com a família para os Estados Unidos. Ela é acusada de viver ilegalmente no país.
Após a prisão, Bruna foi levada para delegacias em Massachusetts, New Hampshire e Vermont, até chegar a um centro de detenção de imigração na Louisiana.
Ligação com autoridade do governo
Bruna é ex-cunhada de Karoline Leavitt, atual porta-voz da Casa Branca e defensora da política migratória rígida do governo Trump. A brasileira teve um filho com Michael Leavitt, irmão da porta-voz. Karoline é madrinha do sobrinho de 11 anos, que vive com o pai em New Hampshire.
A família afirma que há guarda compartilhada e relação amigável.
O Fantástico tentou falar com Michael, mas não foi atendido. Michael contou à imprensa americana que a situação é difícil e que a maior preocupação dele é com a segurança do filho. Karoline não falou sobre a prisão de Bruna.
Karoline é madrinha do sobrinho de 11 anos
Reprodução/TV Globo
Contestação sobre ilegalidade
O Departamento de Segurança Interna confirmou que Bruna Caroline Ferreira foi presa e que ela está aguardando o processo de deportação. A nota disse ainda que a brasileira já tinha sido presa anteriormente por agressão.
O advogado de Bruna contestou essa informação.
"Não há passagem pela Polícia ou registro de agressão. Nos mostrem a prova. Elas não existem."
Ele contou que Bruna tinha proteção legal para ficar e trabalhar nos EUA — enquanto aguardava o processo para se tornar residente permanente.
"Ela entrou nos Estados Unidos com um passaporte quando era criança, aos seis anos de idade. Desde os dezoito anos ela estava sob a proteção do Programa Daca."
Essa lei foi criada em 2012 para impedir temporariamente a deportação de imigrantes que chegaram aos Estados Unidos quando eram crianças.
Impactos na família
Graziela Ferreira, irmã de Bruna, não quis gravar entrevista. Por telefone, ela disse à reportagem que conversa com a irmã quase todos os dias, que Bruna está muito abalada e desesperada, e que tudo o que ela quer é voltar para casa e ficar com o filho e com a família.
Graziela disse ainda que conversou uma vez com o sobrinho e passou um recado de Bruna: para ele continuar sendo um bom menino e que em breve ela estará em casa.
Brasileira que pode ser deportada dos Estados Unidos tem relação com funcionária do governo Trump
Reprodução/TV Globo
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