Prefeito de Campinas oficializa criação de polo de inovação em Barão Geraldo; saiba o que muda
25/11/2025
(Foto: Reprodução) Oficina regional sobre o PIDS realizada em 2023
Eduardo Lopes/Prefeitura de Campinas
O prefeito de Campinas (SP), Dário Saadi (Republicanos), sancionou a lei que cria o Polo de Inovação para o Desenvolvimento Sustentável (PIDS) no distrito de Barão Geraldo. A decisão foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (25).
O projeto foi aprovado pela Câmara há cerca de um mês com 24 votos favoráveis, cinco contrários e uma abstenção.
A proposta prevê transformar uma área de aproximadamente 17 milhões de m² em um “espaço de desenvolvimento tecnológico, de pesquisa, inovação e sustentabilidade”.
O plano também modifica trechos atualmente classificados como Zona de Atividade Econômica (ZAE) para Zona Mista (ZM), permitindo a presença de atividades comerciais ao lado de residências “a partir de um modelo de desenvolvimento sustentável”, segundo a Prefeitura.
Confira, abaixo, os principais pontos para entender o PIDS:
Onde fica a área incluída no projeto
Quais usos do solo serão permitidos
Qual é o limite de altura dos prédios
Qual é a densidade máxima de moradias
Planos de habitação social
Quais são as exigências ambientais e de drenagem
Como será organizada a mobilidade e a infraestrutura
Que incentivos são oferecidos a projetos inovadores
Quem fará a gestão e o controle
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Onde fica a área incluída no projeto
O projeto abrange duas áreas:
a área prioritária, que recebe maior densidade urbana e centralidade; e
a área de ampliação, voltada a “projetos inovadores” e expansão de atividades econômicas.
O novo zoneamento inclui o polo de alta tecnologia, a zona de expansão e os campi da Unicamp e da PUC-Campinas. Também engloba o HUB Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS) da Unicamp, com mais de 11 milhões de m², incluindo a Fazenda Argentina.
Perímetro do Polo de Inovação e Desenvolvimento Sustentável (PIDS) de Barão Geraldo
Prefeitura de Campinas
Quais usos do solo serão permitidos
Zona de Centralidade (ZC-PADS): uso misto, com habitação multifamiliar vertical, comércio, serviços, atividades institucionais e indústrias de baixa a média incomodidade.
Zona de Atividade Econômica (ZAE-PADS): atividades estratégicas de inovação, pesquisa, tecnologia, desenvolvimento econômico e serviços de apoio, sem uso residencial.
Qual é o limite de altura dos prédios
Área prioritária: até 23 metros.
Área de ampliação: até 14 metros, salvo torres de testes e equipamentos tecnológicos.
Há ainda restrições para terrenos próximos à vegetação nativa, para proteger microclima e sombra.
Qual é a densidade máxima de moradias
Área prioritária: até 500 unidades habitacionais por hectare.
Área de ampliação: normalmente 220 unidades/hectare, mas projetos considerados inovadores podem chegar a 500 unidades/hectare se incluírem habitação de interesse social.
Planos de habitação social
O projeto da Prefeitura incentiva moradia vertical de interesse social (HIS) e prevê a criação de um Programa de Locação Social, para facilitar acesso à habitação dentro da zona de centralidade.
Esse programa terá como público-alvo estudantes e trabalhadores de baixa renda da região, e deverá ser criado por lei específica no prazo de 360 dias.
Apesar de incentivar a habitação popular, o projeto impede alguns tipos de moradias de baixa renda, como o Empreendimento Habitacional de Interesse Social (EHIS-COHAB) e o Empreendimento Habitacional de Mercado Popular (EHMP-COHAB).
Quais são as exigências ambientais e de drenagem
Áreas verdes: preservação e renaturalização do Ribeirão Anhumas e recomposição de fragmentos de vegetação nativa.
Permeabilidade: no mínimo 20% da área do lote deve permitir infiltração da água.
Drenagem sustentável: uso de Soluções Baseadas na Natureza (SbN) para reduzir impermeabilização e armazenar excesso de água naturalmente.
Espaço público: no mínimo 20% do lote deve ser destinado a áreas acessíveis ao público.
Como será organizada a mobilidade e a infraestrutura
Pedestres e ciclistas têm prioridade.
Quadras maiores que 130 m devem ter passagens internas a cada 130 m.
Vias arteriais e coletoras: calçadas de 5 m e 4 m, respectivamente; vias locais com 14 m de largura.
Infraestrutura subterrânea: toda a rede de água, esgoto, energia e telecomunicações deve ser subterrânea e compartilhada.
Que incentivos são oferecidos a projetos inovadores
Empreendimentos que adotem soluções ecológicas - como energia limpa e drenagem natural - terão descontos na outorga onerosa, ou seja, na taxa paga para construir mais do que o permitido originalmente.
Loteamentos inovadores devem destinar 30% da área a espaços público e garantir conectividade com a internet.
Quem fará a gestão e o controle
Um Comitê de Análise formado por representantes das secretarias municipais. Ele define critérios para projetos inovadores, aprova novas construções, acompanha indicadores de desempenho e supervisiona a aplicação da lei.
Além disso, obras maiores ou que impactem o entorno exigem Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV). Para obra nova e regularização no raio de 1 km do CNPEM deverá ser obrigatoriamente apresentado EIV/RIV, independentemente da área construída.
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