O pitbull é mesmo tão perigoso? Entenda como criação influencia no comportamento
27/08/2025
(Foto: Reprodução) Especialistas explica a importância de experiência e dedicação para cuidar dos cães pitbulls
O comportamento dos cachorros pitbulls, assim como de outras raças, está diretamente ligado à criação dele. Por isso, quem quer adotar cães da raça devem avaliar se dispõe de tempo e da dedicação necessária que eles exigem.
As informações são de especialistas ouvidos pela EPTV, afiliada da TV Globo. No caso mais recente na região, em Piracicaba (SP), um pitbull atacou três pessoas, entre elas uma criança, em um intervalo de quatro dias.
Elas precisaram levar pontos nos ferimentos e o animal foi acolhido pela prefeitura para ressocialização e, depois, se disponibilizado para adoção responsável.
A seguir, entenda a origem do pitbull, a influência da criação no comportamento e veja orientações em caso de risco de ataque:
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Criação influencia no comportamento dos cães, explicam especialistas
Reprodução/ EPTV
Como surgiu a raça? 🔎
Uma combinação das raças buldogue e terrier originou a bull terrier, que passou a ser conhecida como pitbull, posteriormente. A necessidade de cães que deveriam morder touros motivou o cruzamento.
De acordo com Maira Oliveira, médica veterinária especializada em reprodução canina, estes cães eram utilizados em "rinhas", nos Estados Unidos. Com a popularização da prática, foram feitos cruzamentos entre os cães que venciam as disputas.
Relação entre criação e comportamento 🐕
O adestrador comportamental Gilberto Leandro Júnior, também formado em psicologia canina, afirma que o potencial de mordida da raça é muito maior do que de qualquer outro cão. Além disso, são resistentes, impossibilitando que um ataque seja impedido. Ele diz que o comportamento do animal é decorrente de sua criação.
"Não existe cão agressivo. A maneira como ele é criado e ensinado faz ele ter esse comportamento de agressividade ou não", explica.
O profissional informa que é possível perceber quando os cães não estão confortáveis, já que eles emitem sinais, como o endurecimento do corpo, as orelhas ficam de pés, a cernelha (pelos da região da coluna) aumentam de tamanho e o rabo é escondido.
"Correr ativa o instinto de caça em animais", esclarece a veterinária.
Os especialistas afirmam que não existe raça agressiva e reforçam a relação entre criação e comportamento.
"Qualquer cão pode ser agressivo. Se a infância dele foi ruim, se ele apanhou, ele vai morder por medo. A defesa e o ataque do cão é a mordida, então, se você não souber cuidar e respeitar a característica desse cachorro, não souber o que você está fazendo, ele vai morder", conta Maira Oliveira.
Criação da raça pitbull requer dedicação, dizem especialistas
Reprodução/ EPTV
O que avaliar antes de adotar? 📋
Antes de adotar um cão é necessário avaliar se está preparado e possui tempo para receber, cuidar e passear com o animal.
"O cachorro, além de energia física, precisa gastar energia mental, então, a gente tem que estimular o cachorro a pensar. Onde a gente estimula isso? Nos passeios, por que a gente apresenta coisas diferentes para o cachorro e controla ele. Então, a gente estimula ele a pensar também", sugere Gilberto Leandro Júnior.
Como agir sob risco de ataque? ⚠️
Mantenha a calma e se afaste sem dar as costas para o animal, este gesto transmite ao animal a ideia de que ele possuí autoridade sobre o humano;
Não corra;
Não bata ou jogue objetos no animal;
Não pegue o cão pela pata. A ação pode provocar mordidas.
Se não for possível impedir o ataque, a recomendação para separar o animal é realizar asfixia mecânica (travar o pescoço do cachorro com uma corda, para cortar sua respiração e fazer com que ele abra a boca para respirar).
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