Movimentos sociais de 61 países vão se encontrar na Cúpula dos Povos, em Belém
08/11/2025
(Foto: Reprodução) Eventos paralelos voltam à Cop depois de três edições
O repórter Pedro Bassan esteve na Basílica de Nazaré. Quem chega a Belém percebe na hora o orgulho que a cidade está sentindo por estar diante dos olhos do mundo inteiro. E olha que as pessoas são acostumadas a receber multidões.
Basílica de Nazaré, o ponto central de uma das maiores manifestações religiosas do mundo, o Círio de Nazaré. O Círio é no segundo domingo de outubro, mas quase um mês depois a praça e a igreja continuam iluminadas, cheias de fé e de esperança. E é nesse espírito que a COP 30 é acolhida por Belém. A COP sempre é um evento ao qual o público não tem acesso, mas em Belém todas as pessoas que querem cuidar do planeta são bem-vindas.
Quem chegou esperando uma festa encontrou olhares de preocupação. Na COP, é o futuro da humanidade que está em jogo. Mas COP e festa têm pelo menos um ponto em comum: o encontro. E, a Amazônia, é ainda a esperança.
“Nós estamos dentro, somos a floresta. A floresta é esse conjunto, não é só árvores e animais. E acho que esse é um legado que a COP pode ajudar a gente a levar ao mundo”, diz Yuri Paulino, da Comissão Política da Cúpula dos Povos.
Uma parte do mundo já foi buscar essa esperança em Belém. Movimentos sociais de 61 países vão se encontrar na Cúpula dos Povos, que começa na semana que vem. O simples fato de estarem juntos, conversando, já é uma vitória. Eventos paralelos, fora da conferência principal, foram proibidos nas últimas edições da COP - COP 27, no Egito; COP 28, nos Emirados Árabes, Dubai; COP 29, no Azerbaijão. Três países com governos autoritários que não queriam ouvir outras vozes.
O colombiano Sebastián Muñoz celebra a volta da COP a um país democrático. Ele diz:
“Aqui existe respeito pelos direitos. É o que permite esse encontro de movimentos, de pessoas diversas, de todo o mundo”.
Em vez de proibir, a COP30 quer atrair vozes e olhares. A Casa Brasil está de portas abertas para visitantes do mundo inteiro e propõe um mergulho na selva, no coração de Belém.
Para nós, é tarefa quase impossível explicar, em pouco tempo, o encanto e a grandeza da Amazônia. Mas quem já nasceu trazendo a floresta nos olhos consegue traduzir tudo isso sem nenhuma palavra. O fotógrafo Renato Soares passa a vida trocando olhares com esses brasileiros que falam outras línguas:
“Você tem uma diversidade tão grande. Se eu for falando aqui, vão mais de 100 etnias. E isso daqui é um pequeno recorte do que nós somos. Eu resolvi fotografar o que nós temos de mais bonito. Tradução disso é a felicidade”.
Parar, olhar e conversar. É assim que Belém e a COP se aproximam.
“Nós, amazônidas, sofremos as consequências do que a COP está tentando parar, está tentando impedir, que são as mudanças climáticas. Então, nós somos a COP mesmo aqui em Belém”, diz a estudante Maria Isabel Oliveira.
Movimentos sociais de 61 países vão se encontrar na Cúpula dos Povos, em Belém
Reprodução/TV Globo
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