Médica é agredida por paciente dentro de UPA, em Aparecida de Goiânia
27/11/2025
(Foto: Reprodução) Médica diz ter sido agredida durante plantão em Goiás
A médica Ana Paula Martins, que trabalha no Sistema Único de Saúde (SUS) de Aparecida de Goiânia e da capital, afirmou que foi agredida por uma paciente durante um plantão. Nas redes sociais, ela publicou um vídeo explicando como ocorreu a agressão e pediu mais respeito pela classe que atua na saúde (veja acima).
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) emitiu uma nota em que afirmou que "essas ameaças e agressões que precisam parar" (leia a nota completa ao final do texto). A Prefeitura de Aparecida de Goiânia afirmou que a mulher foi detida e que as unidades de saúde contam com videomonitoramento, botão do pânico, além da presença da Guarda Civil Metropolitana (GCM).
O caso aconteceu na noite de terça-feira (25). Na gravação, Ana contou que estava no final do plantão quando chamou a paciente pelo painel da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Aparecida de Goiânia e pessoalmente, mas ela não respondeu.
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Depois disso, Ana afirmou que seguiu com os trabalhos e foi pedir uma internação. Quando a médica seguia para buscar os documentos do outro atendimento, a paciente apareceu questionando se Ana havia chamado pelo nome dela e ficou agressiva após a médica explicar que ela teria que aguardar o próximo atendimento.
"Ela não gostou, travou a entrada da porta. Eu pedi para ela: 'Você poderia me dar licença, por favor, porque eu preciso passar?', ela não deu licença. Eu fui tentar sair, e ela me golpeou com duas cabeçadas no meu rosto", lamentou a médica.
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Ana chorou ao destacar que a violência gerou uma dor emocional maior que a dor física. Ela pontuou que registrou um boletim de ocorrência devido à agressão, mas lamentou que situações como essas continuem acontecendo com profissionais da área.
"As pessoas acham que a gente forma médico e é uma maravilha, mas só a gente que está na pele sabe. Quem trabalha no SUS, cada dia está mais difícil. É precariedade de materiais, estrutura física, falta de segurança, pacientes hostis", denunciou Ana.
Segundo a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, a mulher suspeita de ter cometido a agressão estava em regime semiaberto por homicídio. Ela foi ouvida na delegacia após ser detida pela GCM, mas foi liberada logo em seguida. A guarda destacou que ela vai responder por lesão corporal grave.
Nota do Cremego
"O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) repudia a violência sofrida pela médica Ana Paula Martins Ferreira (CRM/GO 35088), agredida e ameaçada por uma paciente durante plantão na UPA Flamboyant, em Aparecida de Goiânia.
O Cremego é signatário do Pacto Medicina Segura, uma mobilização nacional dos CRMs e CFM pela segurança no exercício da profissão, e tem atuado para combater a violência contra os médicos.
Profissionais que se dedicam diariamente a cuidar e salvar vidas precisam ser respeitados e protegidos.
O presidente Rafael Martinez manifesta solidariedade à colega e a todos os médicos que, infelizmente, vivenciam essas ameaças e agressões que precisam parar.
Não há justificativa para o ocorrido.
Médicos não podem continuar sendo vítimas de agressões físicas, verbais e psicológicas, nem da precarização das condições de trabalho e do aviltamento salarial.
Além do Boletim de Ocorrência, os profissionais devem denunciar esses casos ao Conselho por meio do formulário: bit.ly/formulario_agressao
O Cremego seguirá firme para garantir que todos os médicos exerçam a medicina com segurança, dignidade e condições adequadas."
Ana Paula Martins afirmou ter sido agredida por uma paciente durante um plantão, em Goiás
Reprodução/Redes sociais de Ana Paula e divulgação/GCM
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