Mãe fala dos maiores desafios no tratamento de jovem que teve reação grave após cheirar pimenta: 'Recuperação zero'
30/10/2025
(Foto: Reprodução) Adriana Medeiros, mãe da jovem que teve reação após cheirar pimenta em Goiás, desabafa sobre os 1 mil dias desde o acidente
Reprodução/Instagram de Thaís Medeiros
A família de Thaís Medeiros, de 28 anos, que teve uma reação grave após cheirar um frasco de pimenta, contou ao g1 os principais desafios enfrentados no tratamento da jovem. Segundo Adriana Medeiros, mãe de Thaís, apesar das sessões médicas, ela não tem apresentado melhora.
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Adriana revelou que grande parte da rotina semanal da jovem envolve três sessões de fisioterapia e fonoaudiologia, além de visitas de um médico e enfermeiro uma vez ao mês. A jovem também é acompanhada por um técnico de enfermagem 12 horas por dia.
"A recuperação [foi] zero, mas o tratamento deve continuar, não para tentar recuperar a parte neurológica, mas para manter o corpo e demais órgãos com saúde e funcionando", explicou Adriana.
Mãe de jovem que teve reação após cheirar pimenta diz que já não sabe mais o que fazer
Custos do tratamento
O tratamento da jovem acontece em casa, por meio do sistema home care. De acordo com a mãe da jovam, a Justiça havia dado uma liminar favorável para que Thaís recebesse auxílio do governo no tratamento, mas a Prefeitura de Goiânia descumpriu a ordem, o que levou à determinação do bloqueio de R$ 156 mil da verba municipal, que foi repassada à empresa responsável pelo tratamento.
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Atualmente, o valor é repassado mensalmente e cobre a dieta, curativos e outros insumos necessários no tratamento da jovem.
Adriana também revelou que ela paga outras despesas e mais duas sessões particulares de fisioterapia e fonetica semanais para Thaís. Ela explicou que o tratamento custa cerca de R$ 42 mil por mês e o auxílio cobre R$ 28 mil. Os demais R$ 12 mil são custeados pela família.
Adriana Medeiros em rotina de cuidados com a filha Thais Medeiros, após reação alérgica a pimenta
Fábio Lima/O Popular
'Mil dias mais doloridos da minha vida'
Na terça-feira (28), a mãe lamentou nas redes sociais os mil dias desde que Thaís teve a reação alérfica . Na publicação, ela afirmou: "Esses são os 1.000 dias mais doloridos da minha vida".
Segundo Adriana, apesar do intenso tratamento, atualmente, Thaís não consegue andar, nem falar e depende dela e do companheiro para todas as tarefas, inclusive com as duas filhas da jovem.
"Sou muito preocupada com o futuro delas, quero fazer o melhor para elas, tentar de alguma forma preencher esse buraco que ficou com a ausência da mãe. Elas ainda não sentem muito, pois acham que a mãe vai melhorar, mas infelizmente isso é muito difícil", lamentou Adriana.
Maior preocupação
Adriana também revelou que a maior preocupação com a saúde de Thaís atualmente é com os pulmões, que oferecem maior risco à vida dela. Quanto à parte neurológica, Adriana explicou que não há previsões de melhora. "O quadro neurológico não piora e não melhora, vai se manter como está", pontuou.
Ela também desabafou: "Só espero uma coisa; que Deus me dê saúde para cuidar dela e das filhas dela, o resto deixo Deus tomar conta e fazer conforme sua vontade, por mais dolorido que seja".
Relembre o caso
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Arquivo Pessoal/Adriana Medeiros
Thaís estava na casa do namorado, em Anápolis, quando cheirou um vidro de pimenta, no dia 17 de fevereiro de 2023. Segundo ele, a jovem estava com os sogros na cozinha, conversando sobre pimenta, quando ela pegou o frasco para sentir o cheiro.
Thaís, que é mãe de duas meninas de 9 e 8 anos, começou a apresentar alergias e desenvolveu bronquite alérgica após a primeira gravidez. Logo depois de cheirar o frasco, Thaís sentiu uma coceira na garganta, passou mal e perdeu as forças.
A jovem ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Anápolis por mais de 250 dias. Na época, o médico Ruben Dias explicou o que provocou as sequelas irreversíveis com as quais Thaís vive hoje.
“O que ela teve foi um período em que o cérebro não recebeu a oxigenação devida, porque o coração não estava bombeando sangue para o corpo. E ele gera uma lesão que é irreversível e tem um potencial de gravidade muito grande”, detalhou.
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