Hit do século passado, Piscina com Ondas no centro de Brasília deve ser reativada após quase 30 anos
14/09/2025
(Foto: Reprodução) Moradores do DF aproveitam a piscina de ondas entre os anos 70 e 90
Quem passou pelo Distrito Federal entre as décadas de 1970 a 1990 provavelmente visitou – ou pelo menos foi convidado para visitar – a famosa piscina de ondas no Parque da Cidade, em Brasília. 🏊🌊
Com águas agitadas e ondas de até 1 metro de altura, o local era tão popular que chegou a receber cerca de 10 mil pessoas nos fins de semana.
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Inaugurada em 1978, essa foi a primeira piscina de ondas da América Latina. Em 1997, ela foi desativada.
Neste ano, o governo do Distrito Federal começou uma reforma para reabertura do espaço (veja detalhes mais abaixo).
História da Piscina de Ondas
Piscina de ondas em janeiro de 1984
Luiz Lemos/ARPDF
Segundo João Amador, pesquisador da história do Distrito Federal, a piscina foi inaugurada na mesma data que o Parque da Cidade, em 11 de outubro de 1978.
João Amador comenta que, nos anos 1980, Brasília ainda oferecia poucas opções de lazer acessível.
"Tornar-se sócio de um clube não era simples, e a piscina de ondas surgiu como alternativa democrática: divertida, barata e de fácil acesso", fala o pesquisador.
Em 1997, o local foi desativado por problemas estruturais e falta de manutenção.
Produtores culturais chegaram a usar o espaço, sem água, para eventos ao ar livre. No entanto, a pandemia de Covid-19 voltou a fechar a estrutura.
Como era frequentar a piscina?
Piscina de ondas em janeiro de 1984
Luiz Lemos/ARPDF
Para o morador de Brasília Hemir Cherulli, de 57 anos, a piscina de ondas representa uma memória feliz da sua infância e juventude, já que ele frequentava o local quase todos os fins de semana.
A primeira vez que visitou a piscina foi ainda nos anos 1970. Ele morava na Asa Sul e viu a notícia de que o espaço estava em construção. Ele pegou sua bicicleta e foi até o local com um amigo.
Ao g1, ele contou que a água estava barrenta, e que muitos tinham ido até lá para matar a curiosidade. Um engenheiro alertou sobre os produtos químicos na água, mas isso não impediu Hemir e seu amigo de pularem na piscina.
"Como Brasília não tem praia, as pessoas ficaram encantadas. Era a nossa praia", brinca.
Hemir fala que, com o passar do tempo, a piscina começou a ter problemas de manutenção. Ele diz ter sido surpreendido com a notícia sobre a desativação do espaço.
Sobre as obras e a possível reinauguração, Hemir diz que pretende visitar a piscina quando estiver pronta. Pelo menos, para relembrar sua infância e adolescência.
"Acho que vai ser muito bacana, vai ser muito Brasília", afirma.
Decisão pela reforma
Segundo a Secretaria de Esporte e Lazer, o Governo do Distrito Federal destinou R$ 18,2 milhões para reformar a piscina de ondas.
A ordem de serviço para execução da obra foi assinada pelo GDF em 1º de novembro de 2024.
👉 A execução do projeto está sob responsabilidade da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), com projetos elaborados pela Engemil Engenharia.
A operação futura do espaço será definida pela secretaria ou via chamamento público.
Início das obras
Segundo a Novacap, a reforma foi iniciada em fevereiro deste ano. A Secretaria de Esporte e Lazer diz que a previsão de entrega é para até o final de 2026, podendo ser antecipada conforme o andamento da obra.
A reforma iniciada conta com:
construção do canteiro de obras;
demolição de todos os revestimentos de piso e parede da piscina antiga;
retirada de toda a tubulação antiga de aspiração/sucção, de alimentação/recalque, de ralos de fundo e skimmers;
demolição do revestimento interno da casa de bombas e filtros;
remoção de materiais de demolição;
execução de topografia para locação.
A próxima etapa da obra é a escavação do rio lento e a estruturação do novo parque aquático infantil.
O que vai mudar?
Piscina de ondas em janeiro de 1984
Luiz Lemos/ARPDF
O novo rio lento terá cerca de 1.700 metros de extensão, com curvas suaves e cinco casas de máquinas. A Secretaria de Esporte e Lazer indica que o espaço vai contar com:
piscinas de diferentes profundidades, incluindo áreas para bebês, crianças pequenas e brinquedos aquáticos;
novo sistema de ondas, com iluminação LED e maior controle de segurança;
área de convivência no centro do percurso, cercada por paisagismo e calçadas;
reforma dos vestiários e banheiros;
reaproveitamento do antigo prédio do restaurante;
acessibilidade em todo o complexo;
novo sistema de filtragem e tratamento de água.
Expectativas para a reabertura
Piscina de ondas em janeiro de 1984
Luiz Lemos/ARPDF
Para o pesquisador João Amador, dificilmente a reabertura do local terá o mesmo impacto dos anos 1980, quando era novidade absoluta.
"Mas certamente haverá um grande interesse inicial, movido pela curiosidade e pela nostalgia", aponta.
João diz que, com a reativação da piscina, o público dos anos 2020 deve se mostrar mais exigente sobre a qualidade do serviço e a experiência oferecida.
Piscina de ondas em janeiro de 1984
Luiz Lemos/ARPDF
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