Gaby Amarantos diz que 'capinou estrada' do pop nacional e celebra sucesso: 'Agora a gente conseguiu'
26/11/2025
(Foto: Reprodução) Gaby Amarantos fala por que investiu em 'Rock Doido O Filme'
Gaby Amarantos falou sobre vida, carreira e o aclamado "Rock Doido", disco que mergulha no ambiente das festas de aparelhagem em Belém, no Pará.
"Tenho orgulho de ser brega. Sou filha de Reginaldo Rossi com Beyoncé", brincou.
A cantora foi entrevistada ao vivo no g1 Ouviu, o podcast e videocast de música do g1, nesta quarta-feira (26). A conversa fica disponível em vídeo e podcast no g1, no YouTube, no TikTok e nas plataformas de áudio.
Com mais de uma década de carreira, a cantora comentou que "todo mundo que a gente considera pop hoje, veio depois de Gaby".
"Anitta, Pabllo... Sinto que capinei uma estrada, pavimentei, voltei pro começo. E agora estou conseguindo desfilar nessa estrada.”
Gaby comentou que ficou surpresa ao ver a reação do público em seus shows após quase 30 anos de carreira. "Caramba, está acontecendo isso? As pessoas estão cantando tudo. Acho que agora a gente conseguiu."
Gaby Amarantos é convidada do g1 ouviu, podcast e videocast do g1
Kaique Mattos/g1
'Rock Doido' e a festa de aparelhagem
Gaby falou com entusiasmo sobre "Rock Doido", álbum que está entre os mais elogiados de 2025. "Não tem explicação. Rock doido é um sentimento, um jeito de se vestir, um jeito de levar a vida. O Rock Doido vem muito de um momento frenético de vida. Nas festas de aparelhagem acontecem várias fases. E o rock doido é o momento da festa onde a loucura começa".
A cantora também falou sobre o clipe de 21 minutos, chamado de filme, em plano-sequência. “Veio de um desejo de tentar traduzir o que é o movimento [rock doido]. E despertar o desejo nas pessoas de estar nessa festa.”
Ela ainda explicou o motivo de investir no clipe mesmo quando muitos artistas dizem que não vale mais a pena investir em projetos assim.
"Acho que as pessoas estão saturadas porque ninguém está a fim de assistir a coisa sem alma, básica. Mas se você investe com criatividade... hoje vi que estamos com mais de um milhão de visualizações. Esse investimento, pra mim... entendo a música como um banco. Me traz muito retorno investir. E é muito bom ser independente, porque não tem ninguém me tolhendo. Temos a liberdade de fazer o que a gente quer."
Música paraense e identidade nacional
Gaby falou sobre a relação com o movimento do brega, tecnomelody e mais. “O brega agora está sendo compreendido pela indústria. Eu sou brega e tenho muito orgulho. Esse lugar do brega e da coragem me fez entender que as críticas fazem parte, mas que elas nunca vão me definir. Hoje dou risada da cara da crítica que quer destruir.”
Gaby falou sobre a relação com o movimento do brega, tecnomelody e mais. “O brega agora está sendo compreendido pela indústria. Eu sou brega e tenho muito orgulho. Esse lugar do brega e da coragem me entender que as críticas fazem parte, mas que elas nunca vão me definir. Hoje dou risada da cara da crítica que quer destruir.”
'Por que música de Belém é regional e do Rio é nacional?', questiona Gaby Amarantos
Para ela, o rótulo de 'música regional' não faz sentido. “Por que a música do Rio é nacional e a do Pará é regional?”, questionou.
Além da união de artistas do movimento, Gaby falou sobre o crescimento do tecnobrega. “Até mesmo a COP, foi a maior política pública que aconteceu em relação à cultura, ao turismo. As pessoas querem o rock doido aqui, a festa de aparelhagem. Finalmente a gente está tendo essa troca. É como se antes a gente só tivesse um corpo e olhasse só da cabeça para baixo, não olhasse para cima, para o coração do Brasil, a Amazônia.”
“A COP ajudou muito a mostrar a potência desse Brasil. Mas a gente tava sofrendo xenofobia, dizendo que a COP ia ser um fiasco.”
Ela citou artistas como Chris Martin, do Coldplay, que vieram recentemente ao Brasil e se interessam pela cultura nacional. “Ninguém é mais poderoso que o fã brasileiro. Sempre vi isso”.
“A galera via o Brasil como um lugar distante. Vou lá pegar um sample e ninguém vai reclamar. Uma visão meio colonizadora”, afirmou Gaby ao falar sobre o sample de "Seville", de Luiz Bonfá, em seu projeto, e relembrar o momento em que Gotye usou trechos da música em violão para a "Somebody That I Used To Know".
Gaby Amarantos é convidada do g1 ouviu, podcast e videocast do g1
Kaique Mattos/g1