Denúncia de estupro ao 190 'disfarçada de pedido de pizza'? Entenda como PMDF identifica chamados de socorro

  • 02/10/2024
(Foto: Reprodução)
Segundo subchefe do Centro de Operações da PM, mais de 4 mil ligações são recebidas diariamente. Ao todo, 250 militares trabalham no atendimento às chamadas e experiência deles é capaz de diferenciar trotes de riscos verdadeiros. Mulher vítima de violência liga para PMDF fingindo pedir pizza para ser resgatada "Pedi uma pizza e não tá vindo", disse a mulher que ligou para o 190 para pedir socorro enquanto estava em cárcere privado. A ligação aconteceu na madrugada de domingo (29), na região de Samambaia, no Distrito Federal (ouça áudio acima). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Por meio do "pedido de pizza", os militares identificaram que a mulher corria perigo e foram ao endereço. De acordo com a subchefe do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) do DF, major Rozeneide dos Santos, a central recebe cerca de 4,6 mil ligações por dia e, nos fins de semana, o número passa dos 6 mil. A maior parte dos 250 militares que atuam no atendimento ao 190 têm mais de 30 anos de serviço, diz a major. "Devido a vasta experiência, os militares conseguem identificar o que são pedidos de ajuda ou trote", afirma. A militar explica que não há um "código" ou "frase" exata para as mulheres dizerem ao telefone quando precisam de socorro e não podem ser diretas. No caso dos chamados "disfarçados", os militares observam alguns detalhes como: Palavras usadas na ligação Timbre de voz da vítima - se está com voz de choro ou nervosa O "pedido de pizza" não foi inédito, conta a militar. "Já aconteceu outras vezes. Teve uma vítima pediu um açaí [para solicitar ajuda]",diz a major. No caso da mulher resgatada em Samambaia após pedir uma pizza, o militar que fez o atendimento respondeu como se fosse da pizzaria. "Se o marido estivesse ouvindo ou se pegasse o telefone da mão dela, ela seria descoberta. Ele [o militar] foi muito perspicaz [de fingir ser da pizzaria], diz a major Rozeneide dos Santos. Diálogo ao telefone Central de atendimento da Policia Militar TV Globo/Reprodução Aos policiais que foram ao endereço, a mulher contou que era vítima de estupro e tortura por um homem de 60 anos. Ela ainda afirmou que ficou três dias em cárcere privado. Veja como foi o diálogo com o atendente do 190: PMDF: Polícia Militar Mulher: Boa noite, amigo. Eu fiz um pedido, pelo amor de Deus PMDF: Pedido de que? Mulher: Pedi uma pizza e não está vindo PMDF: Qual o nome da senhora? Eu entendi o que a senhora tá falando. Vou mandar até um refrigerante geladinho. Qual o endereço completo aí, senhora? Mulher: Você pode vir logo? Eu estou com fome PMDF: Vai rapidinho tá? É só aguardar Mulher: Obrigada, eu agradeço. Gratidão (diz chorando) O suspeito de cometer o crime foi autuado pela Lei Maria da Penha. Segundo a vítima, ela tinha um relacionamento com ele há cinco meses. A mulher passou por exames no IML. Como denunciar a violência contra as mulheres? A Secretaria de Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) tem canais de atendimento que funcionam 24h. As denúncias e registros de ocorrências podem ser feitos pelos seguintes meios: Telefone 197 Telefone 190 E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br Delegacia eletrônica Whatsapp: (61) 98626-1197 O DF tem duas delegacias especializadas no atendimento à mulher (Deam), na Asa Sul e em Ceilândia, mas os casos podem ser denunciados em qualquer delegacia. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também recebe denúncias e acompanha os inquéritos policiais, auxiliando no pedido de medida protetiva na Justiça. 👉 Em casos de flagrante, qualquer pessoa pode pedir o socorro da polícia, seja testemunha ou vítima. No Distrito Federal, ainda existe o Programa Violeta, que é focado no atendimento de crianças e mulheres vítimas de violência sexual e estupro. O acolhimento é feito por uma equipe multiprofissional, composta por assistente social, ginecologista, psiquiatra, psicólogos, técnica em enfermagem e técnicas administrativa. O serviço é prestado no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. A Secretaria de Justiça e Cidadania também tem canais de denúncia de casos de violência contra a mulher. Há, por exemplo, o Centro Integrado 18 de Maio, que trata de ocorrências de exploração sexual de crianças. O Conselho Tutelar também recebe denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes. Ainda há o Disque 100, que trata da violação de direitos humanos. Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília Telefones: (61) 3207-6195 e (61) 3207-6212 Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II) Endereço: QNM 2, Conjunto G, Área Especial, Ceilândia Centro Telefone: (61) 3207-7391 Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT Telefones: (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625 Contato: 3190-5291 Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar Contato: 180 Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal Centro Integrado 18 de Maio Endereço: SHCS EQS 307/308 Telefone: (61) 2244 - 1512 e (61) 98314 - 0636 Conselho Tutelar Endereços: clique aqui e consulte Telefone: 125 Disque 100 LEIA TAMBÉM: VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: Lei Maria da Penha completa 18 anos, mas violência contra a mulher segue crescendo no país ENTENDA: 'X' na palma da mão, dobrar dedos e socorro em app; conheça sinais de emergência para situações de violência Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2024/10/02/denuncia-de-estupro-ao-190-disfarcada-de-pedido-de-pizza-entenda-como-pmdf-identifica-chamados-de-socorro.ghtml


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