Comércio eletrônico dispara na Black Friday e transforma mapa da logística brasileira
30/11/2025
(Foto: Reprodução) Comércio eletrônico dispara na Black Friday e transforma mapa da logística brasileira
Reprodução/Jornal Nacional
Em fim de semana da Black Friday quem compra quer receber o produto logo em casa. E o setor de logística precisa ter mais espaço para guardar tantas mercadorias.
É trabalho que não acaba com a sexta-feira da Black Friday. O jogo de seis taças anunciado a R$ 9 esgotou em menos de três horas. Foram 40 mil vendas. E o pedido precisa estar na casa do cliente até segunda-feira.
"Comprou hoje, entrega rápido, esse cliente vai voltar a comprar, vai fazer uma boa propaganda da gente e a gente aumenta nosso volume de vendas", diz Emerson Eduardo Baquete, gerente regional de logística.
Vai faltar taça pro comércio eletrônico comemorar. Só na sexta (28), foram quase 2 milhões de pedidos pela internet. Movimento de mais de R$ 1,6 bilhão.
E o bastidor desse show fica num galpão como esse: 110 mil metros quadrados e praticamente lotado. É um bom retrato, porque no Brasil já faltam galpões. Só 7 em cada 100 estão disponíveis para venda ou locação.
Nós estamos em Guarulhos, na Grande São Paulo, uma localização estratégica onde fica o metro quadrado mais caro do país quando o assunto é logística. E subindo! Bem acima da média nacional.
São 2,7 milhões de metros quadrados de área construída e 800 mil metros quadrados em obras. É a Faria Lima ou o Leblon da logística. E quem diz isso estuda de perto o mercado.
"É um dos principais polos logísticos do Brasil, onde você tem proximidade com a cidade de São Paulo. E um grande volume de novos ativos sendo construídos. Então, quando você tem qualidade e proximidade com São Paulo, você tem preços de aluguel elevados. É o que a gente está vendo em Guarulhos hoje", afirma Fernando Didziakas, sócio-diretor da Buildings.
O comércio eletrônico mudou também a paisagem de Extrema, no sul de Minas Gerais. A localização, a menos de 100 quilômetros da capital paulista, e os incentivos fiscais levaram a um salto do estoque logístico na região, com mais de 900 mil metros quadrados em 11 condomínios.
Apesar do ritmo forte de expansão, as duas maiores consultorias do setor dizem que a disponibilidade de galpões é a menor em mais de uma década.
"A gente pensa no mercado equilibrado em 10%. Quando você pensa, então, em um setor com 7% de espaços disponíveis, dá para a gente afirmar que hoje começa a faltar galpões", esclarece Fernando Didziakas, sócio-diretor da Buildings.
E fica ainda mais apertado nessa época do ano, quando até os “operários” da Black Friday ainda inspecionam os produtos e os anúncios. Sempre pode ter uma oferta de última hora para aproveitar.
"No intervalo a gente dá uma olhadinha, pesquisa, sempre vê o que tem de oferta. E o que for, vai ouvindo uma coisinha ali, uma coisinha lá. Está sempre atento ao que tem de melhor", diz Klebson Santana Silva, conferente.
