Com chuvas abaixo da média no Sudeste, reservatórios de São Paulo atingem menor nível registrado em dezembro desde a crise hídrica

  • 31/12/2025
(Foto: Reprodução)
Calor extremo e falta de chuva ameaçam deixar sem água milhões de brasileiros A redução e a irregularidade das chuvas ao longo dos três primeiros meses da estação chuvosa no Sudeste fizeram com que os reservatórios que abastecem São Paulo atingissem o menor nível já registrado para dezembro desde a crise hídrica. Isso é o que aponta um novo relatório do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) que analisou a situação hídrica na região Sudeste, com foco no estado de São Paulo. De acordo com o documento, o Sistema Integrado Metropolitano -- rede de abastecimento formada por sete mananciais (Cantareira, Alto Tietê, Cotia, Guarapiranga, Rio Claro, Rio Grande e São Lourenço) que garantem o fornecimento de água para a Região Metropolitana de São Paulo -- registrou, na última terça-feira (30), um volume útil de 26,1%. Situação da represa Jaguari/Jacarei, coração do Sistema Cantareira, que abastece a Região Metropolitana de São Paulo, neste mês de dezembro de 2025. Reprodução/TV Globo O nível é o menor para o período desde a crise hídrica de 2014/2015. A situação é pior, inclusive, do que a observada em 2013, pré-crise hídrica, quando o volume era de 41,4%. 💧No período da crise hídrica, segundo dados da Sabesp, os níveis eram de 0,8% e 22,3% em 2014 e 2015, respectivamente. Os especialistas avaliam que o cenário atual é crítico e que seria necessário um volume dentro ou acima da média histórica de chuva nos próximos meses para que os reservatórios possam se recuperar. Entretanto, o relatório do Cemaden alerta que no Sistema Cantareira, por exemplo, mesmo sob condições normais de precipitação, a vazão deve ficar abaixo da média histórica. LEIA TAMBÉM: Da seca ao dilúvio: ONU alerta para quebra do padrão de chuvas e estiagens no mundo Seca histórica: como a estiagem afeta vidas de Norte a Sul do Brasil Seca na estação chuvosa Um dos principais motivos para a situação atual dos reservatórios, segundo os especialistas do Cemaden, é justamente as anomalias de precipitação no primeiro trimestre da estação chuvosa na região Sudeste – isto é, a escassez de chuva nos últimos três meses. ➡️O período chuvoso na região Sudeste se estende de outubro a março. Durante esses meses é esperada a recarga dos reservatórios e, consequentemente, armazenamento de água para a geração de energia elétrica e abastecimento humano, com volumes suficientes para suprir as demandas ao longo de todo o ano. Assim, a falta de chuva nesse período pode gerar sérios impactos nos níveis dos reservatórios. O documento mostra que o primeiro trimestre da estação chuvosa apresentou anomalia negativa média de 113,7 milímetros, valor muito próximo ao observado em 2023 (-117,1 milímetros), pior registro do período desde a crise hídrica. "Esse cenário reforça que o último trimestre de 2025 se configura como um dos mais críticos da última década para o regime de chuvas no Sudeste", expõe o relatório. Uma análise mais detalhada do regime de precipitação ao longo dos meses de outubro, novembro e dezembro de 2025 no Sudestes alerta, ainda, que foram registrados mais de 50 dias sem chuvas nesse período em boa parte da região. Regina Alvalá, diretora do Cemaden, comenta que, em alguns locais, esse período de seca se estendeu por até 60 dias, ou seja, um terço do trimestre que deveria ser chuvoso sem nenhuma chuva expressiva. "Isso contribuiu para os baixos níveis dos rios, baixa recarga dos reservatórios e maior pressão sobre o abastecimento de água para a população", explica. O relatório também destaca que as altas temperaturas observadas no período podem ter ajudado a piorar a situação, mas de maneira secundária. Apesar do documento focar no cenário do Sudeste e nos reservatórios que abastecem São Paulo, o g1 já havia mostrado em setembro que a situação dos reservatórios é crítica em todo o Brasil, há pelo menos 10 anos. De forma geral, até o período de 2013 a 2015, seguia-se um padrão de estiagens e secas nas bacias brasileiras. Mas, depois disso, os reservatórios enfrentaram muito mais temporadas de estiagens severas. Verão quente e de chuvas abaixo da média: veja as tendências para a estação Previsão não é favorável Os especialistas ainda alertam que a previsão para o próximo mês não é favorável, o que pode agravar ainda mais a situação dos reservatórios. Na próxima semana, por exemplo, a expectativa é que o Sudeste registre chuvas em forma de pancadas, o que é comum para o período, mas de maneira muito irregular. Já a previsão mais a longo prazo, para o mês de janeiro, indica que a chuva deve ficar entre a média e um pouco abaixo da média. O volume, se confirmado, deve ser insuficiente para reverter o cenário que já é muito preocupante. As projeções de armazenamento do Sistema Cantareira, um dos principais do Sistema Integrado Metropolitano, indicam que, mesmo no cenário mais otimista, de chuvas 25% acima da média, o volume alcançaria 60%. Isso representaria o limite entre a faixa de operação "atenção" e "normal", o que indica que a situação deve permanecer crítica.

FONTE: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2025/12/31/com-chuvas-abaixo-da-media-no-sudeste-reservatorios-de-sao-paulo-atingem-menor-nivel-registrado-em-dezembro-desde-a-crise-hidrica.ghtml


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