'Casa da moeda', 'Hello Kitty', 'Tem de Tudo': PCC dava nomes para 'lojas' de drogas em Roraima, diz MP
04/12/2025
(Foto: Reprodução) PCC é mapeado em 28 países e expande tráfico de drogas e armas
“Casa da Moeda”, “Hello Kitty”, “Tem de Tudo”, “Cemitério”, “Império”, “Rosinha”, entre outros. O Primeiro Comando da Capital (PCC) mantinha "lojas" de drogas em Roraima e cada uma era chamada por um nome diferente. A informação é do Ministério Público de Roraima (MPRR), que denunciou 17 membros da facção que gerenciavam os pontos de tráfico.
Os pontos funcionavam como unidades de um "varejo ilegal", com metas, auditorias internas e divisão rígida de lucros, segundo o MP. A facção movimentou pelo menos R$ 414 mil em quatro meses, que levou à prisão de 17 chefes e gerentes presos na Operação Sucursal da Polícia Federal.
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Um dos denunciados é Rodrigo Alberto Xavier, o “Sorriso Maroto”, de 37 anos, preso em maio deste ano pela Polícia Civil. Ele foi enviado de São Paulo para reestruturar a facção em Roraima. A prisão dele foi considerada ponto de partida para deflagrar a maior operação contra facções criminosas da Civil no estado.
A identificação dos pontos de venda apareceu na análise dos celulares apreendidos pela investigação, que encontrou vídeos de auditoria, listas de arrecadação e registros de prestação de contas.
Sede do Ministério Público de Roraima (MPRR), em Boa Vista
MPRR/Divulgação/Arquivo
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Os nomes eram usados para facilitar a comunicação entre os gerentes e a cúpula local do PCC, evitando referências diretas aos endereços. Veja o nome dos pontos e a quantidade de lucro levantada pela investigação:
Rosinha — R$ 36 mil
Cemitério – R$ 32,4 mil
Tem de Tudo – R$ 30,5 mil
Império – R$ 28,2 mil
Hello Kit – R$ 27 mil
Esperança – R$ 23,1 mil
Las Vegas – R$ 13,2 mil
Raimundo – R$ 10,1 mil
Bad Boy – R$ 9,6 mil
Casarão – R$ 8,2 mil
Ponta do Verde – R$ 6,4 mil
Vera Cruz – R$ 5,6 mil
Casa da Moeda – R$ 4,4 mil
Sem Alma – R$ 2,9 mil
A “Rosinha” foi a que registrou a maior arrecadação entre as avaliadas. O ponto era comandado pela principal liderança feminina do PCC em Roraima, Cilara Rodrigues de Souza, conhecida como ‘Kauany’, de 33 anos. Ela é namorada de Sorriso Maroto.
Cilara Rodrigues de Souza, conhecida como “Kauany”, uma das lideranças do PCC em Roraima
Reprodução
Hierarquia e controle
Segundo a denúncia, os gerentes eram responsáveis por manter o fluxo de vendas, organizar pequenos estoques e enviar vídeos mostrando drogas, balanças e dinheiro como forma de comprovação das atividades diárias.
A facção operava sob o setor nacional chamado “FM – Progresso”, que coordena células estaduais. As drogas recebiam codinomes para dificultar interceptações:
CLARO – pasta base
PEIXE – cocaína
VIVO – maconha prensada
OI – skunk
De acordo com o MP, entre 25% e 30% do lucro ficava com os gerentes, enquanto o restante era repassado para lideranças da facção em São Paulo.
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