Câmera noturna flagra onça parda, jaguatirica e mais animais selvagens no sertão cearense
14/12/2025
(Foto: Reprodução) Câmera de hotel no sertão cearense flagra onça, jaguaritirica e outros animais selvagens
Uma iniciativa de monitoramento revelou um pouco da riqueza da vida selvagem no sertão cearense, na cidade de Quixadá. Funcionários do Hotel Pedra dos Ventos instalaram câmeras noturnas e flagraram a visita de espécies da fauna nativa, algumas com status crítico de conservação.
Os flagrantes foram feitos entre 5 e 10 de dezembro próximo a uma poça artificial criada para atrair os animais com sede.
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As lentes registraram a presença de animais como:
Jaguaritica (Leopardus pardalis)
Câmera noturna de hotel no Ceará flagra jaguatirica em busca de água
Hotel Pedra dos Ventos/Divulgação
Felino de porte médio com pelagem marcada por rosetas e listras negras sobre fundo amarelo-dourado. Segundo registro do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), é ágil, solitário e caçador, ocupando florestas densas e áreas abertas.
Onça-parda (Puma concolor)
Onça parda está entre a fauna selvagem capturada por câmera noturna no sertão cearense
Hotel Pedra dos Ventos/Divulgação
Grande felino de pelagem uniforme, variando do bege a castanho, com corpo esguio e musculoso. É um predador versátil conhecido por percorrer grandes distâncias e caçar presas variadas.
Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla)
Tamanduá-mirim é flagrado por câmera em hotel no sertão cearense
Hotel Pedra dos Ventos/Divulgação
Mamífero de médio porte com focinho alongado, língua comprida e pegajosa e pelagem grossa. Vive em florestas e cerrados, é arborícola (vive no alto de árvores) e se alimenta principalmente de formigas e cupins.
Cangambá (Conepatus semistriatus)
Cangabá 'tímido' tenta se esconder de câmera noturna no sertão cearense
Hotel Pedra dos Ventos/Divulgação
Pequeno carnívoro semelhante ao gambá, com corpo escuro e listras brancas finas nas costas. Ele exala um odor forte como defesa e habita áreas abertas e florestas secas.
Mocó (Kerodon rupestris)
Mocó busca água durante a noite no sertão cearense e é capturado por câmera noturna
Hotel Pedra dos Ventos/Divulgação
Roedor de porte médio (um pouco menor que um gato doméstico), com corpo robusto, pelagem espessa de tonalidade acastanhada e cauda muito curta. Adaptado a ambientes rochosos da Caatinga, vive em fendas e paredões de pedra. Alimenta-se principalmente de folhas e brotos resistentes à seca.
Caça e risco de extinção
Alguns desses animais já foram bem mais comuns no sertão nordestino, mas correm risco de desaparecer devido à caça humana excessiva, como a onça-parda. No Brasil, a espécie é classificada como "vulnerável" à extinção.
No Ceará, contudo, a situação é considerada mais grave, com a classificação de "em perigo". Segundo estimativas do Laboratório de Vertebrados Terrestres da Universidade Estadual do Ceará (UECE), restam menos de 400 indivíduos de onça-parda em todo o território cearense.
Ao divulgar as imagens em suas redes sociais, o hotel comemorou o feito e fez um apelo pela preservação. "O hotel Pedra dos Ventos tem um resultado incrível na preservação ambiental, anos de cuidados para evitar fogo e caçadores e hoje podemos filmar animais que eu julgava extintos", registrou a administração do empreendimento.
"Muito feliz e espero a união de todos na preservação ambiental das poucas florestas nativas de Caatinga que ainda temos em Quixadá e os poucos animais que ainda sobrevivem nelas".
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