Aos 73 anos, morre Dona Coló, erveira do Ver-o-Peso e símbolo dos saberes da Amazônia
30/12/2025
(Foto: Reprodução) Dona Coló
Gabriela Azevedo/G1
Morreu nesta terça-feira (30), em Belém, Dona Coló, nome pelo qual ficou conhecida Clotilde Melo de Souza. Referência histórica no comércio de ervas medicinais do Ver-o-Peso, ela tinha 73 anos e construiu uma trajetória marcada pelo cuidado com o outro, pela preservação dos saberes tradicionais e pela força da cultura popular amazônica.
Dona Coló deixa nove filhos, netos e uma legião de admiradores. O corpo será liberado pelo Hospital Abelardo Santos, no distrito de Icoaraci, em Belém. O velório está previsto para ocorrer em um salão de recepções no bairro Almir Gabriel, em Marituba, onde também será realizado o sepultamento, na tarde desta quarta-feira (31), em um cemitério particular da Região Metropolitana.
Nascida em 3 de agosto de 1952, no município de Igarapé-Miri, na região do Baixo Tocantins, Dona Coló chegou ainda jovem a Belém e fez do Ver-o-Peso seu território de vida. Por décadas, atendeu moradores da cidade e visitantes que buscavam nas ervas, banhos, garrafadas e orientações um alívio para dores do corpo e da alma. Mais do que vendedora, tornou-se conselheira, benzedeira e referência de acolhimento.
Reconhecida como uma das principais erveiras da capital paraense, Dona Coló ajudou a manter viva uma tradição transmitida de geração em geração, baseada no conhecimento da floresta e no respeito aos ciclos da natureza. Seu nome ultrapassou os limites do mercado e passou a representar um patrimônio imaterial da cidade, símbolo da resistência dos saberes ancestrais em meio às transformações urbanas.
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